Contando tudo que vi...


Uma cidade medieval

26/05/2010 00:00

Entramos no trem e chegamos a Rennes em 2 horas. Ao lado da estação, numa pequena rodoviária, embarcamos em um dos ônibus que liga Rennes a Saint Michel e mais 1:15h de viagem.  O motorista era uma figura, todo animadinho!

A chegada é um dos pontos altos da viagem, quando, ainda do ônibus, voce avista ele surgindo devagarzinho na direção do mar. De longe o monte já te encanta e te deixa de boca aberta! 

O ônibus deixou a gente bem na porta da ilha, mas antes de entrar nos afastamos um pouco para vê-la de longe. É um verdadeiro cenário de filme com castelo, princesas e cavaleiros... na entrada tem até ponte elevadiça, tudo inteiramente medieval!

       

Antes de começar a subir fomos ao escritório de turismo pegar um mapa e indicações de hospedagem, sentamos para tomar um chocolate quente, pois estava um friozinho! Ao lado tinha um restaurante que prepara uma omelete tradicional ainda como antigamente. E começamos a subir... vocês não imaginam como tudo é tão antigo, tudo tão cheio de detalhes - as torres, casas, janelas, portas... as ruas são estreitas e sinuosas.

          

         

A rua principal é cheia de lojinhas, restaurantes, lanchonetes e museus particulares. No meio do caminho, se não bastasse o mosteiro enorme no alto do morro, ainda tem uma igrejinha com uma bela estátua de Joana D'Arc na entrada e um cemitério nos fundos.

Continuamos subindo até chegar às escadarias do mosteiro – uma obra grandiosa que começou a ser construída no século X e durou cerca de 400 anos, por isso tem características desde pré-românicas à góticas.

             

E lá vamos nós dentro a fora, são tantas salas, corredores, capelas, o pátio com suas colunas e jardim interno maravilhoso. E no ponto mais alto da torre fica a estátua dourada do anjo Miguel.

      

Descemos pelas remparts (muralha medieval que circunda a cidade) observando a vista da baía e os vários grupos de pessoas que caminhavam longe ao redor do monte enquanto a maré ainda não subia. É uma lama só e as pessoas vão descalças ou a cavalo. Braga até tentou me convencer a aventurar nessa lama, mas eu não tive coragem, principalmente depois de ler as placas de sinalização de perigo e cuidado com areias profundas, quase movediças... claro que os grupos vão com os guias que conhecem bem a região e a maré, mas o frio que estava fazendo não me permitia tirar o tênis e pisar naquela areia fria.

          

Olhando aquela paisagem, Braga lembrou que, naquela região (Normandia) foi onde aconteceu o famoso “Dia D” da 2ª guerra mundial quando aconteceu a invasão das tropas britânicas e norte-americanas para libertar a França e todo o continente europeu da ocupação nazista. O lugar faz isso com a gente... parece que entramos numa máquina do tempo!

No monte não encontramos hotel e fomos até a cidadezinha uns 2 km de caminhada, com muito mais opções de hotéis. Comemos um sanduiche, tomamos um banho no hotel, e como ali não tinha nada para fazer voltamos caminhando para o monte tirando muitas fotos. Incrível como as imágens de St. Michel ficam diferentes a cada ângulo de visão. Cada passo nosso era uma nova paisagem do monte. E cada foto fica diferente!

Para ter um idéia do que estou falando: nós conhecemos um fotógrafo que vive lá só fotografando o monte. Ele tem uma loja com milhares de fotos maravilhosas de todo jeito que voce imaginar - St. Michel com neve, com sol, com lua cheia, com névoa, na maré alta, na baixa, de longe, de perto, de cima, etc. Ele já sabe quando vai dar foto boa e sai por aí fotografando. Imagina só.. o cara sobrevive com fotografias de um mesmo lugar à anos!

À tardinha a maioria dos turistas já tinham ido embora e o monte estava bem tranqüilo, sentamos num bar para uma taça de vinho e pedimos um prato com 4 queijos para acompanhar.

Geeente!!! Tinha um queijo com um gosto horrível. Braga disse que era o gosto "do cheiro do bode", esquisito, né, mas era exatamente isso! O garçom explicou que era de leite de cabra e só podia ser daquelas ovelhas que a gente viu pastando nos campos ao redor do monte!

Voltamos já escurecendo, e ficamos esperando suas luzes se acenderem. Estava um frio danado, mas valeu a pena, ele iluminado é ainda mais lindo. Tiramos muitas fotos mas elas não conseguem passar toda a magia do lugar... e fica difícil descrever com palavras!

No outro dia acordamos muito tarde, mas não tínhamos mais nada a fazer senão passear pelas ruas do monte.

Tomamos um chocolate quente muito bom e às 17h em ponto nosso ônibus chegou.

Chegamos em Paris já era noite e foi só arrumar as malas para no outro dia acordarmos de madrugada para nosso vôo de volta ao Brasil.

—————

Voltar